domingo, 25 de julho de 2010

TUDO SOBRE ABACAXI

REMÉDIOS CONTRA TOSSE E DOR DE GARGANTA

O abacaxi é o fruto do abacaxizeiro (Ananas comosus) uma planta de origem americana hoje cultivada em todo o mundo. Seu nome científico, assim como um de seus sinônimos populares, ananás, vem de línguas indígenas da América Central e foi incorporado ao tupi, querendo dizer “fruta excelente”, de “a” = “fruta” e “nanás” = “muito boa”. Ananas comosus em latim quer dizer “ananás com gomos”. Pertence à família das bromeliáceas, a mesma das bromélias de floricultura (aquelas plantas em forma de roseta com “flores” coloridas no centro) e dos caraguatás (usados em medicina caseira para cortar a tosse – veja boxe no final).
Estudos genéticos de populações vegetais indicam que o abacaxi é nativo da região Sul do Brasil e do Paraguai, de onde foi se espalhando durante milênios até as florestas da América Central, como as do Panamá. A disseminação do abacate acompanhou a da Mata Atlântica, que cobria todo o litoral do subcontinente centro-sul-americano.
Os primeiros relatos de europeus sobre a fruta datam de 1493, quando marinheiros de Colombo a experimentaram nas ilhas de Guadalupe. Jean de Lery, capelão dos invasores franceses liderados por Nicolau Villegagnon, que se estabeleceram no Rio de Janeiro de 1555 a 1560, também escreveu sobre o abacaxi: “É o fruto mais saboroso da América!”
Nos séculos seguintes, há poucas referências ao fruto, pois as frutas em geral eram desprezadas pelos portugueses, sendo consideradas “comida de índio”. Daí vem a expressão “por fruta”, significando muito raramente. Era comum nas cidades a preferência por frutas trazidas pelos europeus, como a laranja e a manga, enquanto as frutas nativas eram quase sempre desprezadas.
Uma exceção foi a princesa Isabel, que tinha como fruta preferida a banana-de-macaco, fruto de um tipo gigante de costela-de-adão, a Monstera deliciosa, que é saboroso, mas hoje já não mais consumido nem pelos índios.
O abacaxi só volta a ser comentado e elogiado a partir do final do século 19, quando se disseminam suas virtudes medicinais. Antes era considerado maligno e venenoso em regiões da Africa e do Oriente onde não era conhecido e começou a ser introduzido sem êxito por causa da má-fama. Diziam na Africa, por exemplo, que tornava as cobras mais venenosas, o que não passa de lenda sem fundamento.

Tradição milenar

Graças a suas enzimas (bromelina, principalmente, que dissolve muco e moléculas de gordura), vitaminas (A, B e C, principalmente) e oligoelementos (traços de sais minerais como cobre e manganês, veja boxe) o fruto do abacaxi é digestivo, antiinflamatório e antibiótico, alem de cicatrizante de tecidos. O botânico Pio Corrêa fez um detalhado elenco das principais qualidades tradicionalmente atribuídas ao abacaxi. A primeira dessas virtudes está o fato de ser uma fruta digestiva, por causa das enzimas que decompõe os alimentos. Corrêa também explica que o suco e as compressas da fruta têm ação depurativa do sangue, fazendo estourar furúnculos, por afinar os tecidos que os revestem.
O abacaxi também é usado pelos índios há milênios para combater a tosse e curar a dor de garganta, por dissolver muco contaminado, limpando as mucosas. Essa propriedade enzimática de dissolver muco explica a ação do abacaxi como expectorante, nos casos de asma ou bronquite. O consumo dessa fruta também tonifica os intestinos, pois também dissolve muco contaminado em suas mucosas, eliminando micróbios e vermes.
Pio Corrêa explica que os índios usavam ainda o suco do fruto ainda verde como vermífugo e antibiótico das vias urinárias. Esse suco fermentado era indicado para ser tomado pela manhã em jejum para que os guerreiros restaurassem suas forças. Na verdade ele facilita a absorção dos alimentos e sua rápida transformação em energia.
Junto com outros ingredientes que o abacaxi contém em pequenas quantidades, a bromelina é absorvida por nossas vias digestivas e entra no sangue, atuando como antiinflamatória, o que ajuda a desobstruir a circulação em caso de edema ou contusão. Segundo pesquisadores americanos, a bromelina teria a propriedade de quebrar, dentro das artérias, as placas de fibrinas, que são um tipo de proteínas que constituem os coágulos sanguíneos.
Essas propriedades antiinflamatórias são responsáveis pela ação do fruto e de seu suco no tratamento de muitos casos de artrite e reumatismo. É de fato eficaz no combate às dores nas juntas (artrite).

O poder das enzimas

Como os oligoelementos e as vitaminas, as enzimas são substâncias que agem em pequena quantidade e apressam as reações químicas do organismo, rompendo moléculas maiores e facilitando sua decomposição. Sem as enzimas, nós não sobreviveríamos, porque não conseguiríamos digerir os alimentos. Nosso próprio corpo produz enzimas, como a ptialina presente na saliva, que ajuda a fazer o bolo alimentar.
Mas as frutas também são ricas em enzimas, principalmente o abacaxi. Além de quebrarem moléculas complexas, como as das proteínas e das gorduras, as enzimas do abacaxi, principalmente as bromelinas, funcionam como agentes de limpeza do organismo, dissolvendo o muco e as proteínas e as gorduras depositadas no revestimento de mucosas e artérias. A esse muco ou gordura podem estar aderidos micróbios, como bactérias e vírus (que tem suas paredes celulares dissolvidas pelas propriedades proteolíticas da bromelina), e até vermes. A bromelina dissolve esse muco do revestimento das mucosas, facilitando a cicatrização dos tecidos inflamados. É fácil constatar esse poder dissolvente da bromelina despejando suco de abacaxi em gelatina animal, o que a faz derreter.
As bromelinas é usada pela indústria farmacêutica para fazer xaropes e remédios digestivos. Também são usadas na indústria da cerveja, para classificar a qualidade da bebida.
Outras frutas ricas em enzimas são o mamão (o leite branco que sai das cascas é constituído principalmente por papaína, uma enzima que amacia a carne e dissolve até verrugas da pele), as uvas, o abacate, o figo e a banana. Outras plantas que contêm enzimas úteis: gengibre, couve, babosa. Também possuem enzimas o mel e o azeite de oliva de primeiras extrações.

O que dá o sabor característico ao abacaxi, entretanto, é o ácido que ele contém (87% de acido cítrico e 13% de ácido málico). Essa acidez pode causar inconvenientes em pessoas que estejam em crise de herpes labial, que nessas fases devem evitar o abacaxi. Essa fruta deve ainda ser evitada nas fases agudas de úlcera e gastrite. Também contribui para o sabor ácido do fruto a vitamina C (todos os frutos muito ricos em vitamina C têm sabor ácido porque ela é um tipo de ácido, chamado, aliás, ácido ascórbico).
Curiosamente a vitamina C encontra-se em maior quantidade no fruto quando ele ainda está muito verde e não pode ser consumido por causa do sabor extremamente ácido e de outro componente químico que o deixa amargo e adstringente: o tanino. É o tanino que vira açúcar quando o fruto amadurece. Conforme ocorre o amadurecimento, o tanino desaparece e o teor de vitamina C diminui, mas mesmo assim continua completamente satisfatório para consumo. Constatou-se, por exemplo, que os abacaxis da Guiné têm teor de vitamina C de 8 mg para cada 100 g de polpa, enquanto que as frutas verdes, 15 dias antes de sua maturação chegam a ter 20 mg de vitamina C.

Aprenda a cultivar

As variedades de abacaxi mais cultivadas comercialmente são a pérola ou pernambuco, que tem forma cônica, polpa amarelo-clara, folhas com espinho, sendo mais doce, a smooth cayenne, que tem forma cilíndrica, folhas quase sem espinhos, polpa amarela, mais ácida, com peso médio de 2 quilos. Há também variedades sem espinhos na coroa, como a perolera, originária da Venezuela e da Colômbia, muito resistente a uma praga chamada fulariose (infecção por fungo que estraga o fruto), e a variedade BGA-6, muito doce, produzida pela Embrapa em Cruz das Almas, Bahia.
Pode ser cultivado a partir da coroa do fruto, ou a partir de mudas que surgem na base da planta. Os cabos que a unem à base têm de ter mais de 20 centímetros para serem cortados. Deve ser plantado na terra, no jardim ou no pomar, em local bem ensolarado. Precisa de solo rico e adubo orgânico. Reage bem à pulverização foliar.
Floresce quando você quiser
A planta demora dois anos para ficar adulta, se a muda for retirada da base do caule (escolher a mais vigorosa e com raiz). Se a muda for retirada da coroa do fruto, a planta demora três anos para produzir. Depois que estiver adulta, é possível induzir seu florescimento calculando para que o amadurecimento do fruto aconteça na época seca do ano. Cinco meses antes da época seca, você deve jogar, no fim da tarde, no olho da bromélia adulta, meio litro de uma solução muito diluída de carbureto de cálcio em água (use uma pedra do tamanho de uma bola de bilhar para um tambor de 20 litros de água e tampe, deixando dissolver bem). A planta florescerá em pouco mais de um mês e os frutos estarão maduros cinco ou seis meses depois dessa indução.
O carbureto de cálcio diluído deve ser colocado no centro da roseta do pé do abacaxi no fim da tarde porque os poros das folhas dessa planta só se abrem à noite, permitindo a absorção de substâncias. Se for colocado durante o dia, o carbureto não faz efeito.
A frutificação em época seca traz a vantagem de os frutos não se contaminarem com fungos (fulariose), que proliferam com as chuvas. Lavouras comerciais usam um produto químico chamado Ethrel, que é pulverizado sobre a planta toda.



Atenção, praticantes de musculação:
o abacaxi tem todos os aminoácidos!


As enzimas do abacaxi são constituídas em parte por aminoácidos. Aliás o abacaxi é uma das frutas mais ricas em aminoácidos que se pode encontrar. É uma verdadeira farmácia. E os praticantes de musculação conhecem a importância dos aminoácidos, pois qualquer professor de academia explica que são eles que ajudam a formar massa muscular.
Aminoácidos são moléculas de carbono que entram na composição das proteínas, as estruturas principais de todas as nossas células, dos neurônios do sistema nervoso até as unhas e cabelos. Muitos aminoácidos são sintetizados pelo nosso próprio corpo e por isso são chamados de não-essenciais, isto é, não é preciso buscá-los nos alimentos, embora os alimentos possam dar uma ajuda: alanina, asparagina, cisteína, glicina, glutamina, histidina, prolina, tirosina, ácido aspártico e ácido glutâmico. Outros, entretanto, precisam ser ingeridos nos alimentos e por isso são chamados de essenciais: arginina, fenilalanina, isoleucina, leucina, lisina, metionina, serina, treonina, triptofano e valina.
E agora vamos ao abacaxi, que fornece uma lista de aminoácidos de tirar o chapéu: asparagina, glutamina, serina, histidina, glicina, treosina, alanina, arginina, tirosina, cisteína, valina, metionina, triptofano, feninalanina, isoleucina, leucina, lisina e prolina. Só a sisteína presente no abacaxi, por exemplo, tem ação anti-radicais livres e protege o sangue, o fígado e os rins das toxinas ambientais, alem de neutralizar metais tóxicos, como chumbo, mercúrio e cádmio, absorvidos pela poluição. Você deve ter visto os nomes de algumas dessas substâncias em remédios de farmácia, pois os aminoácidos têm muitos usos nessa indústria. Mas os do abacaxi estão bem dosados para nosso consumo diário e sabemos que a planta os produz melhor que os laboratórios.
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Refrigerante das antigas
Antes do surgimento da indústria e dos refrigerantes, o abacaxi era um importante ingrediente da primeira bebida vendida nas ruas do Brasil: o aluá, que também podia ser feito com outros ingredientes. Nas ruas do Rio de Janeiro do tempo dos escravos, negros livres ou alugados vendiam o refresco em copos.
O aluá de abacaxi era uma bebida fermentada com açúcar, ligeiramente alcoólica, que era adoçada, temperada com limão e diluída em água fresca. A casca do abacaxi fermentada com açúcar ainda hoje é usada para produzir uma aguardente conhecida como chicha no México e garapiña em Cuba.
Em centrífuga, casca lavada!
A lavagem da casca do abacaxi, antes do manuseio para descascar ou no caso do emprego do fruto com casca em centrífuga, é importante para retirada de pesticidas e ovas de vermes intestinais, que podem ser transmitidos até num inocente suco matinal.
O professor Sylvio Panizza (1930-2005), do Departamento de Botânica da Universidade de São Paulo (USP) comentava que preferia a lavagem das cascas dos frutos com escovinha e sabão neutro ao uso de alvejante diluído na água. “O uso de alvejante para lavar frutos e legumes mata muitos micróbios, mas também tem grande poder de aderência nas paredes dos vegetais, sendo irritante para o nosso organismo.” Outra recomendação do professor Sylvio: o suco não deve ficar muito limpo, deve conter muitas fibras da polpa porque é nas fibras que as vitaminas aderem.


FICHA TÉCNICA

CADA 100 gramas da polca têm

Calorias 52
Cálcio 18 mg
Fósforo 8 mg

Ferro 0,5 mg
Fibras
Proteínas 0,30 g
Betacaroteno
Vitamina B1 0,08 mg
Vitamina B2 0,04 mg
Vitamina C 61 mg
Manganês 15 mg
Gorduras 0,20 g


Indicações
Cálculos renais, perda de memória, problemas de garganta, bronquite, arteriosclerose, reumatismo, depressão, cálculos na vesícula, cálculos nos rins, nefrite, problemas na bexiga, problemas intestinais, inflamações no tubo digestivo, psoríase, problemas de pele, prisão de ventre.


RECEITAS DA MEDICINA POPULAR

Contra tosse
Bata no liquidificador 2 fatias abacaxi de cerca de 2 cm cada com 2 colheres (sopa) de mel. Tome 2 colheres (chá) a cada hora e meia.

Acabe com a bronquite
Corte fatias de abacaxi, coloque numa panela, regue com mel e cozinhe. Deixe esfriar e escoe o caldo, guardando-o em vidro tampado. Tome 3 ou 4 colheres por dia.

Xô, dor de garganta!
Faça gargarejos com o suco do abacaxi.

Acabe com gota e ácido úrico
Coma 3 fatias (de 2 cm cada) de abacaxi pela manhã, 3 fatias de tarde e 3 fatias de noite por 30 dias seguidos.

Como diurético
Coma 2 ou 3 fatias (2 cm cada, em média) de abacaxi bem maduro trinta minutos antes das principais refeições.



Dieta de emagrecimento
Durante um dia por semana (o domingo, por exemplo), repouse e alimente-se só de fatias de abacaxi e sucos de frutas variadas. Retome essa dieta depois de uma semana.

Elimine os vermes
Coma 2 abacaxis e tome o suco de 1 abacaxi ao longo do dia. Corte o fruto e faça o suco na hora de ingerir. Paralelamente, tome 4 chícaras (chá) de chá de casca de abacaxi (veja receita em CULINÁRIA).

Acabe com a tosse e a bronquite
Esmague 2 colheres (sopa) de polpa de abacaxi picada em 1 xícara (chá) de água quente. Misture e acrescente 1 colher (sopa) de mel e 10 gotas de tintura de própolis. Tome 4 colheres (sopa) ao longo do dia.

Acabe com a psoríase
Num recipiente de vidro, esmague 2 colheres (sopa) de polpa de abacaxi picada com a casca em 2 colheres (sopa) de farinha de arroz com auxílio um pilão de madeira. Aplique nos locais afetados, cubra com gaze e uma toalha quente durante 10 minutos. Retire com água morna e aplique um creme suavizante de guaçatonga ou confrei. Se não tiver, espalhe leve camada de óleo de amêndoas ou de semente de uva no local.

Contra psoríase e eczemas

Quando a pele começar a ficar avermelhada ou a descascar, esmague cascas de abacaxi e aplique com uma gaze. Depois aplique pouquíssimo óleo vegetal, como o de oliva, com massagens suaves.

Acabe com os cravos e espinhas
Com um pilão de madeira, esmague pedaços da polpa do abacaxi num recipiente de vidro ou louça. Despeje num pano limpo e esprema para extrair o suco. Acrescente 1 colher (sopa) de levedura de cerveja em pó. Misture bem até homogeneizar. Lave o local com sabonete neutro, enxugue com toalha limpa e aplique a pasta, espalhando bem. Quando começar a secar e ficar esbranquiçada, lave com água fria. Aplique de manhã e à noite. Repita até o problema desaparecer. Se em uma semana não houver melhora, consulte um dermatologista.

CULINÁRIA


Amaciante de carne
Coloque cascas com a polpa voltada para baixo sobre bifes que quiser amaciar e deixe repousar por alguns minutos. Ou então amasse a polpa e espalhe sobre os bifes, deixando alguns minutos. A bromelina, uma enzima presente na polpa e na casca do abacate, é que é responsável por esse efeito, pois começa a dissolver as paredes das células das carnes, o que as torna mais macias e facilita sua digestão.

Suco de abacaxi
Para fazer o suco no liquidificador, descasque 1 abacaxi depois de lavá-lo bem e corte em pedaços. Depois coe numa peneira amassando a polpa com as costas de uma colher, adicione água e gelo e sirva. Se for usar uma centrífuga, você pode triturar com a casca, mas tome o cuidado de lavar bem essa casca com uma escova e sabão depois de retirada a coroa. Em seguida enxágüe, corte em pedaços e passe pela centrífuga.



Suco de abacaxi com hortelã 1
Bata no liquidificador ½ abacaxi com 1 xícara (chá) de folhas de hortelã bem lavadas. Coe espremendo num pano limpo e sirva com gelo. Se quiser, passe o abacaxi na centrífuga e depois bata no liquidificador com o hortelã, coando numa peneira.

Suco de abacaxi com hortelã 2
(receita chique)
Bata bem no liquidificador 1 xícara (chá) de suco de tangerina, 1 rodela de 2 cm de abacaxi fresco e maduro, 5 folhas de hortelã. Sirva sem coar, acrescentando pedras de gelo. Se quiser enfeitar, espete na borda do copo um pedaço triangular de fatia de abacaxi.

Chá de casca de abacaxi
Ponha as cascas de 1 abacaxi em 1 litro de água, deixe levantar fervura, apague e fogo e tampe para amornar. Coe. Tome gelado ao longo do dia, de preferência adoçando com mel ou adoçante.


Refresco de abacaxi
Ferva as cascas de 1 abacaxi em 2 litros de água por 2 minutos, deixe amornar tampado. Coe, e sirva com gelo. Se quiser adoce com mel ou adoçante. Consuma no mesmo dia. As enzimas se perdem se for deixado para o dia seguinte.

Queime calorias
Bata no liquidificador 1 copo americano de suco de laranja, ¼ de mamão papaia, ¼ de mação com casca, ½ fatia de abacaxi, 1 folha de couve, ¼ de cenoura crua sem casca. Coe numa peneira, espremendo com as costas de uma faca. Adoce com mel ou açúcar-mascavo. Tome no café da manhã e como aperitivo antes das principais refeições.

Suco energizante
Passe alternadamente na centrífuga 2 xícaras (chá) de amoras, 2 maçãs cortadas e 1 abacaxi descascado e cortado. Beba em seguida. As vitaminas e oligoelementos desse suco fornecem energia rápida. Ideal para o café da manhã.

Ponche de abacaxi
Descasque 1 abacaxi maduro e tire os olhos. Depois tire o miolo cilíndrico do centro do fruto, corte em quadradinhos e reserve. Esmague a polpa e esprema num pano bem limpo. Acrescente açúcar a gosto e ½ garrafa de vinho branco. Adicione os quadradinhos do miolo do abacaxi e leve à geladeira por pelo menos duas horas. Na hora de servir, adicione mais 1 garrafa de vinho branco espumante. Sirva em taças com as bordas enfeitadas com açúcar de confeiteiro.

Cerveja de abacaxi
Também conhecida como gengibrina de abacaxi, essa é uma receita comum no século 19. Algumas famílias enterravam as garrafas em local fresco do jardim para fermentar a bebida até o ponto desejado. Corte a polpa de 4 abacaxis grandes lavados e descascados e bata-a no liquidificador com 2 litros de água. Corte as cascas em pedaços pequenos e junte à mistura. Acrescente 2 kg de açúcar, mais 5 litros de água e tampe o recipiente, deixando fermentar 24 horas no verão e 48 horas no inverno. Coe numa peneira e depois num pano molhado. Com um funil, ponha dentro de garrafas bem limpas junto com um pedaço de gengibre descascado em cada uma (cerca de 30 g de gengibre no total). Tampe bem com rolha. Guarde as garrafas deitadas em local escuro, por 15 a 20 dias no máximo. Quando a fermentação aumenta muito, as rolhas saltam sozinhas. Pode ser servido puro, gelado, como base de refresco ou de ponche. Era uma das receitas de aluá vendido nas ruas do Rio de Janeiro por escravos no século 19.

Sobremesa de abacaxi
Corte 1 abacaxi em fatias de 2 cm cada, retire os miolos, coloque num refratário e polvilhe com 3 colheres (sopa) cheias de açúcar, ou 3 colheres (sopa) rasas de adoçante em pó que pode ir ao forno, e 3 colheres (sopa) de rum. Deixe soltar caldo por dez minutos, espalhe o suco de 1 limão e leve ao forno quente até ficar em ponto de caramelo. Arrume num prato com as uvas passas e sirva com sorvete de abacaxi, de preferência light.

Pudim à Martinica
(cozinha internacional)

Misture 6 ovos com 6 colheres (sopa) de açúcar e 1 colher (sopa) de fécula de batata e bata até ficar espumante. Bata 2 latas de abacaxi com a calda no liquidificador, coloque numa panela e aqueça. Junte ao creme de ovos sem parar de bater. Leve ao fogo os 20 tabletinhos de açúcar (ou 1 xícara de chá de açúcar em pó) e ½ xícara de água e aqueça até caramelizar, mexendo sempre com uma colher de pau. Despeje esse açúcar derretido numa fôrma redonda com buraco no meio e espalhe bem. Acrescente o creme de ovos e abacaxi e leve ao forno quente (200º Centígrados) por 50 minutos. Retire e deixe esfriar na própria fôrma por 12 horas. Depois disso, desenforme e sirva.

Bolo de liquidificador
Espalhe 360 g de glucose de milho numa forma média e disponha sobre a glucose 1 e ½ abacaxi cortado em rodelas. Reserve. Bata no liquidificador 3 ovos,1 e ½ xícara (chá) de açúcar, ½ xícara (chá de óleo de canola, 1 xícara (chá) de leite. Despeje numa vasilha e acrescente aos poucos 3 xícaras (chá) de farinha de trigo e 1 colher (sopa) de fermento em pó, até ficar uma mistura homogênea. Despeje sobre a forma caramelada e com a “cama” de abacaxis já feita, leve ao forno médio pré-aquecido (180 graus Celsius) por cerca de 50 minutos ou até estar bem assado (a massa se solta das laterais da fôrma).

Gelatina dietética
Numa panela, junte 3 xícaras (chá) de polpa de abacaxi picada, 3 xícaras (chá) de água, 10 envelopes de adoçante em pó que pode ir ao forno e 10 cravos. Deixe ferver durante 15 minutos e acrescente 1 envelope de gelatina dietética sabor abacaxi diluída em 5 colheres (sopa) de água fria. Coloque em oito tacinhas e leve à geladeira para endurecer.

Docinhos para festa
Cozinhe 1 abacaxi cortado em pedaços pequenos em 2 xícaras (chá) de mel. Quando estiver encorpado, acrescente 1 coco ralado. Continue cozinhando e mexendo com colher de pau ou silicone até desprender-se do fundo da panela. Estenda sobre uma superfície lisa, deixe esfriar um pouco e faça bolinhas.Enfeite cada bolinha com uma uva-passa preta e coloque em forminhas de papel

COSMÉTICA

Máscara de limpeza para pele oleosa
Esmague 2 colheres (sopa) do abacaxi picado com 3 colheres (sopa) de amido de arroz. Passe sobre o rosto, à exceção da região que circunda os olhos, sobre a qual você dele colocar rodelas de pepino descascado. Deixe agir por 15 minutos a 20 minutos e retire com água morna.

Máscara rejuvenescedora
Esprema com um pilão de madeira num recipiente de vidro 2 colheres (sopa) de polpa de abacaxi picada, 2 colheres (sopa) de farinha de arroz, e 1 colher (sopa) de farinha de trigo. Misture bem. Lave o rosto com água morna e sabonete neutro. Enxugue com toalha bem limpa e aplique essa pasta, evitando a região dos olhos. Depois de 20 minutos, retire com água morna. Faça 2 vezes por semana.

Sabonete esfoliante
Pique uma barra de 1 kg de sabonete de glicerina incolor ou branca e aqueça em banho-maria em recipiente de ágata ou vidro até derreter. Ponha um pano no fundo do recipiente que contém a água fervente para que os fundos das vasilhas não se toquem e a temperatura da glicerina não aumente muito. Tire do fogo, deixe amornar um pouco e acrescente 1 colher (sopa) de lauril, 2 colheres (sopa) de essência alimentar de abacaxi, 1 colher (sopa) de suco natural de abacaxi (bem coado num pano), 1 colher (sopa) de fixador e 2 gotas de corante amarelo-ouro (para ficar uma cor leve). Misture bem os ingredientes. Prepare as fôrmas (de acetato ou silicone) colocando dentro delas tiras pequenas de bucha seca de banho (frutos da trepadeira Lupha cilyndrica). Despeje a mistura líquida do sabonete nas formas, acrescente mais pedacinhos de bucha seca onde faltarem e deixe endurecer. Desenforme e envolva em plástico-filme para conservar a essência. Retira impurezas e oleosidade da pele. Como tem suco de abacaxi natural, esse sabonete pode estragar se ficar guardado.



OUTRAS BROMÉLIAS DO BEM
As bromeliáceas, família a que pertencem o abacaxi e as bromélias ornamentais vendidas nas floriculturas e até nos supermercados, possuem mais de 2.000 espécies. As bromélias são nativas das Américas do Sul, Central e sul da América do norte, tendo o Brasil como seu centro de distribuição geográfica. A grande maioria tem forma de rosetas, com flores saindo do meio. Mais da metade das espécies é epífita, isto é, vive em cima de árvores, acumulando água e detritos nas suas rosetas, que as alimentam. Nessas espécies as raízes funcionam para sustentação e as rosetas é que acumulam alimento. Mas outras espécies não acumulam água por não formarem rosetas. Algumas têm forma de fios e formam enovelados que pendem das árvores. Outras bromélias vivem sobre pedras e outras, na terra, como o abacaxi. Nem sempre as rosetas das bromélias acumulam água. As do abacaxi, por exemplo, não acumulam porque são estreitas e serrilhadas.

GRAVATÁ, O FIM DA TOSSE

Mas fora o uso decorativo, existe uma outra bromélia que é medicinal como o abacaxi, só que é mais indicada para o tratamento de problemas nas vias aéreas: trata-se do gravatá ou caraguatá. É uma planta grande, de espinhos muito agressivos, em forma de garra. Ela dá grandes cachos de frutos amarelos, parecidos com ameixas brasileiras. Esses frutos são usados para fazer xaropes contra a tosse, pois tem grande quantidade de enzimas que dissolvem muco. O professor Sylvio Panizza, em seu livro Plantas que Curam, conta que “o nome caraguatá provém do idioma indígena, e corresponde a “arranhar” (“cará”) e espinho rijo (“cata”), significando assim “espinho rijo que arranha”, aliás, uma grande verdade para quem se depara com a planta.
O nome científico do gravatá é Bromelia antiacantha. Pelos antigos botanicos, entretanto, ela já foi chamada de Bromelia faustosa. De fato, o cacho de flores azuis e depois carregado de frutos amarelos tem um aspecto luxuoso. As folhas, de até 2,5 m de comprimento e 5 cm de largura, servem para fazer cordas e tecidos rústicos. Os espinhos muito agressivos das bordas dessas folhas têm forma de gancho, o que valeu À planta o nome popular de gravatá de gancho, segundo explica o botânico Pio Corrêa. É usada para fazer cercas vivas, pois seus espinhos a tornam intransponível.
Os frutos, ácidos e picantes, no dizer de Pio Corrêa, são usados na alimentação pelos índios bororo e por muitos sertanejos. Além de consumi-los cozidos, os índios e caboclos fazem com esses frutos xaropes e compotas contra a tosse e problemas do aparelho respiratório. Os frutos do gravatá são também muito procurados pelos gambás. Outra espécie que dá fruto com as mesmas propriedades, segundo Corrêa, é a Bromelia pinguin, cujo fruto é consumido no México como fruta de mesa e do qual se faz suco. Sylvio Panizza explicou que as propriedades medicinais do gravatá são as mesmas do abacaxi, pois o principio ativo é o mesmo: as bromelinas, que dissolvem os tecidos necrosados, facilitando a cicatrização e servindo para limpar feridas, aftas e escamação de mucosas.

RECEITAS DA MEDICINA POPULAR
Contra a tosse
Corte o 1 fruto de gravatá em 4 e despeje em 1 xícara (chá) de água fervente, deixando por cinco minutos. Depois deixe amornar bem, tire da água e amasse num pilão. Coe num pano e adicione 2 xícaras (café) de açúcar cristal. Leve novamente ao fogo, até dissolver. Se quiser acrescente erva-doce ou canela em pau para melhorar o sabor. Tome 1 colher (sopa) até 3 vezes ao dia. Crianças devem tomar metade da dose.

Contra aftas e feridas
Despeje 1 colher (sopa) de folhas novas de gravatá fatiadas em 1 xícara (chá) de água fervente. Apague o fogo, deixe amornar tampado. Adicione 3 gotas de própolis, misture bem. Faça bochechos, 3 vezes ao dia.

Xarope contra a tosse
Cozinhe 3 frutos de gravatá maduros em 1 xícara (chá) de água por 5 minutos e deixe amornar tampado. Coe e forme uma pasta, misturando com mel. Leve ao fogo novamente para dissolver. Guarde na geladeira, mas aqueça a porção que vai ser usada. Tome 1 colher (sopa) até 3 vezes ao dia. As crianças devem tomar 1 colher (chá) até 2 vezes ao dia.


COMO CULTIVAR GRAVATÁS E BROMÉLIAS

O gravatá pode ser cultivado em vasos grandes, no quintal. Mas suas folhas grandes e com espinhos agressivos exigem um espaço razoável. É possível cultivá-lo em cima de telhadinhos, como o dos banheiros construídos nos fundos das casas.
Para florescer e frutificar ele precisa de um vaso grande, com cerca de 3 palmos de diâmetro, e terra vegetal de boa qualidade. É só plantar a muda e esperar uns dois ou três anos, cultivando-a a pleno sol e tendo o cuidado de regar dia sim, dia não, para apressar o desenvolvimento.
O fruto vendido em feiras e mercados na maior parte das vezes foi retirado da natureza, o que põe essa planta em extinção.
O charme das ornamentais
As bromélias que vivem em árvores ou pedras são extremamente ornamentais e é fácil cultivá-las em casa, desde que tomem sol.
As flores duram meses e a planta morre depois que floresce, mas dá de duas a mais mudas que nascem na base da planta.
O substrato ideal é uma mistura de terra vegetal, casca de pínus bem moída e cacos de telha de barro vermelho bem moídos em partes iguais. Bem cultivadas, formam touceirinhas em vasos e jardineiras, com grande efeito decorativo.
O tamanho das bromélias varia muito, da Imperial, cujas hastes florais chegam a 3 metros de altura, até as de vaso vendidas nos supermercados.
Xô, mosquitos!
Para evitar a proliferação de mosquitos por causa do acúmulo de água nas rosetas, é recomendável o uso de inseticida próprio para plantas, pulverizando a planta toda uma vez por semana.
Pode-se também colocar 1 colher (sopa) de pó de café usado no centro da roseta de cada bromélia, pois isso afasta o mosquito.
Outra dica é colocar um pedaço de fio de cobre (tirado de fio elétrico) na água da roseta, pois os íons do cobre espantam os mosquitos e não fazem mal à planta.
O uso continuado de água sanitária não é recomendado. Pode-se jogar sobre a coroa da planta um copo de água em que foi diluída 1 gota de água sanitária por mês, mas depois de quinze dias é melhor pulverizar com inseticida.
Plantas em vasos pequenos podem ter um tratamento mais radical: esvaziar a roseta tombando a planta no tanque toda semana. Depois é só colocar água nova, despejando no miolo da roseta 1 copo de água em que foi diluída 1 colher (café) de adubo liquido foliar (para substituir o material em decomposição na água da roseta, se ela não fosse trocada).
Essa adubação pode ser utilizada uma vez por mês mesmo nas bromélias das quais não se troca a água. E outra maneira de trocar a água, se a bromélia estiver no chão no jardim, é fazê-la transbordar com mangueira uma vez por semana, para evitar desenvolvimento de larvas de mosquitos, dentre os quais se inclui o Aedes aegypti, que nos transmite o vírus da dengue.


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